textos antigos que ainda dão um caldo #1
TODOS OS FILMES TEEN DOS 80
Aqueles filmes adolescentes dos anos 80 sempre traziam a mesma história: ele quer consquistar a garota linda. Aquela que todos querem. Aquela que provavelmente nem é certa pra ele. Não sei se ela é certa para alguém. Provavelmente ela só seja certa para os caras errados. E só se percebe isso quando se pára de procurá-la (e, consequentemente, a encontra). Mas ele, o cara dos filmes adolescentes dos anos 80, não parou de procurá-la. Talvez nunca pare. E o detalhe é que ele tem a garota certa junto com ele. Ali. Debaixo de seu nariz. E ela o ajuda sempre que ele decide se aproximar da garota errada. E ela ouve seus lamentos quando tudo, obviamente, dá errado. E ela está ali porque quer estar ali. E ele sequer a percebe. E o que é interessante nesses filmes - em todos eles - é o fato de que, quando o cara finalmente consegue a garota dos seus sonhos, vê que ela era muito melhor neles do que na vida real. E a ficha cai. Ele lembra daquela menina, aquela amiga sempre disposta a ouvir seus problemas chatos e lhe ajudar a conquistar aquilo que ela própria sabe que não passa de ilusão e mentira. Talvez ele também saiba e só não queira ver. E a ficha cai. Ele se dá conta de que deve ficar com sua amiga, pois há um motivo - pequeno e especial - pelo qual ela atura quieta suas inconstâncias e agüenta firme ao seu lado. É óbvio que ela não quer só amizade. Claro que quando ele se dá conta disso, já é (quase) tarde demais, pois a menina está de partida. Ela vai estudar na França ou na Itália ou qualquer outro país da Europa longe o bastante para que a faça esquecer o objeto de seu desejo. Aquele que nunca a notou. Na verdade isso é só uma maneira de fugir. Fugir da dor. Fugir dos problemas. Afinal, fugir da dor num Café em Paris é muito melhor... Mas ele não pode deixar que isso aconteça. Ele vai atrás dela. Vai até a casa dela e não encontra ninguém. Ela já saiu. Já está embarcando no avião ou ônibus ou navio que a levará para bem longe do seu sofrimento (e talvez a fará sofrer mais ainda). E é claro que ele chega lá a tempo. Um pouco menos a tempo do que deveria, mas ainda assim consegue vê-la e dizer que a ama. Dizer que demorou muito muito tempo pra perceber isso e a impede de partir. E eles ficam juntos como deveriam ter feito muito antes. E eles provam que, mesmo havendo algumas variações que se resumiam a detalhes, todas as histórias de amor dos anos 80 eram assim.
Aqueles filmes adolescentes dos anos 80 sempre traziam a mesma história: ele quer consquistar a garota linda. Aquela que todos querem. Aquela que provavelmente nem é certa pra ele. Não sei se ela é certa para alguém. Provavelmente ela só seja certa para os caras errados. E só se percebe isso quando se pára de procurá-la (e, consequentemente, a encontra). Mas ele, o cara dos filmes adolescentes dos anos 80, não parou de procurá-la. Talvez nunca pare. E o detalhe é que ele tem a garota certa junto com ele. Ali. Debaixo de seu nariz. E ela o ajuda sempre que ele decide se aproximar da garota errada. E ela ouve seus lamentos quando tudo, obviamente, dá errado. E ela está ali porque quer estar ali. E ele sequer a percebe. E o que é interessante nesses filmes - em todos eles - é o fato de que, quando o cara finalmente consegue a garota dos seus sonhos, vê que ela era muito melhor neles do que na vida real. E a ficha cai. Ele lembra daquela menina, aquela amiga sempre disposta a ouvir seus problemas chatos e lhe ajudar a conquistar aquilo que ela própria sabe que não passa de ilusão e mentira. Talvez ele também saiba e só não queira ver. E a ficha cai. Ele se dá conta de que deve ficar com sua amiga, pois há um motivo - pequeno e especial - pelo qual ela atura quieta suas inconstâncias e agüenta firme ao seu lado. É óbvio que ela não quer só amizade. Claro que quando ele se dá conta disso, já é (quase) tarde demais, pois a menina está de partida. Ela vai estudar na França ou na Itália ou qualquer outro país da Europa longe o bastante para que a faça esquecer o objeto de seu desejo. Aquele que nunca a notou. Na verdade isso é só uma maneira de fugir. Fugir da dor. Fugir dos problemas. Afinal, fugir da dor num Café em Paris é muito melhor... Mas ele não pode deixar que isso aconteça. Ele vai atrás dela. Vai até a casa dela e não encontra ninguém. Ela já saiu. Já está embarcando no avião ou ônibus ou navio que a levará para bem longe do seu sofrimento (e talvez a fará sofrer mais ainda). E é claro que ele chega lá a tempo. Um pouco menos a tempo do que deveria, mas ainda assim consegue vê-la e dizer que a ama. Dizer que demorou muito muito tempo pra perceber isso e a impede de partir. E eles ficam juntos como deveriam ter feito muito antes. E eles provam que, mesmo havendo algumas variações que se resumiam a detalhes, todas as histórias de amor dos anos 80 eram assim.