Monday, February 13, 2006

só não se diverte quem não quer #1

HOUSE OF 1000 CORPSES


Qual não foi minha surpresa ao ver esse filme? Amigos me falavam: "assiste House of 1000 Corpses duma vez, pô" e minha preguiça de achar uma locadora que tivesse esse título - um tanto difícil de encontrar, por não ser muito mainstream - era maior...
House of 1000 Corpses é o primeiro longa do cantor, desenhista e morto-vivo de plantão Rob Zombie. Pra quem não conhece o cara, ele era vocalista de uma banda americana chamada White Zombie e, depois que a banda acabou, seguiu em carreira-solo gravando CDs recheados de temas de terror-trash e bizarrices do gênero. Ouvir um CD do cara é como dar um passeio em algum dos mais interessantes trens-fantasma que se possa imaginar. Cheio de idéias malucas que o cara transpõe com maestria para sua música, uma espécie de metal alternativo sujo com batidas dançantes.
E, como se isso não fosse suficiente, ainda desenha extremamente bem. Quem assistiu ao longa do Beavis e Butthead deve lembrar de uma cena em que os dois sofrem alucinações no deserto. Pois bem... A cena, psicodeliquíssima, foi toda desenhada pelo moço. Assim como as capas e encartes de seus CDs, tanto solo como do White Zombie.
E é natural que essa veia artística peculiar, essa paixão pelo bizarro (pois o codinome "Zombie" não é à toa, visto que o visual do cara é de um morto-vivo) e sua visão um tanto original o levaram a escrever, dirigir e compor a trilha sonora de um dos mais cultuados filmes trash da atualidade: House of 1000 Corpses.
O filme é um ode à era dourada do terror dos anos 70 e 80 e faz uso - propositadamente - de diversos clichês do gênero da época. A trama já começa com um deles: o típico grupo de quatro jovens bisbilhoteiros que viaja por um canto obscuro dos EUA à procura de lugares turísticos "exóticos" e se depara com a lenda de um tal Dr. Satan. Era um médico que cuidava de deficientes mentais e os torturava até a morte na tentativa de criar um exército de psicóticos ou algo do tipo. Ele foi enforcado à beira de uma árvore, mas seu corpo nunca foi encontrado. E é claro que os quatro intrépidos viajantes resolvem visitar tal árvore. E, em como todo filme de terror que se preze, está chovendo, eles dão carona a uma moça esquisita chamada Baby (a gatíssima atriz Sheri Moon, esposa de Zombie), que os leva até sua casa - perto da tal árvore - onde o pneu do carro fura "por acaso" e o massacre se inicia. Baby é a filha caçula de uma família de psicopatas que pode - ou não - ter ligação com o tal Dr. Satan.
Ambientado nos anos 70, House of 1000 Corpses é uma viagem pelo bizarro que exige um pouquinho de estômago em determinados momentos. Quando se pensa que a loucura de Zombie acaba por aí, o filme se torna mais e mais doente. Os atores, em sua maioria desconhecidos, dão conta do recado, resultando num filme divertido, desestressante, engraçado e realmente digno do status de cult. Após uma enxurrada de clones incompreendidos do Pânico, House of 1000 Corpses, junto com a mais que esperada volta de George A. Romero ao cinema com Land of the Dead, é nada menos do que um presente de Zombie ao gênero de filmes de terror.
E a seqüência, The Devil's Rejects, também já está nas locadoras.